EFEITOS DA ELTGOL NA HIPERINSUFLAÇÃO PULMONAR E NA DESOBSTRUÇÃO BRÔNQUICA DE PACIENTES BRONQUIECTÁSICOS

Fernando Silva Guimarães

Resumo


A bronquiectasia é caracterizada pela dilatação anormal, permanente e irreversível dos brônquios, causada pela destruição dos componentes elásticos e musculares das paredes das vias aéreas tornando-as tortuosas e flácidas; ocasionando o acúmulo de secreção nas áreas afetadas resulta em infecção bacteriana tendo como conseqüência inflamações recorrentes, prejudicando assim o clearance. São divididas em três categorias de acordo com os achados patológicos e broncográficos: cilíndrica, varicosa e sacular ou cística. As principais condições associadas a essa patologia são: tuberculose, fibrose cística, deficiencia de α1- antitripsina, síndrome de Marfan, leucemia linfocítica crônica, infecções virais (adenovírus, sarampo e influenza), discinesia ciliar, aspiração de corpo estranho, neoplasia, síndrome de Sjögren e vírus da imunodeficiencia humana (HIV). A forma de diagnóstico da bronquiectasia são os exames radiológico de tórax, broncoscopia e principalmente a tumografia computadorizada. A bronquiectasia é mais prevalente em mulheres de meia idade, tendo como principais manifestações clínicas a elevada produção de muco brônquico, além de tosse crônica comumente associada à expectoração purulenta e de odor fétido, predominantemente pela manhã, dispnéia, hemoptise, febre, fadiga e perda de peso. A fisioterapia respiratória nesses pacientes tem como objetivo prevenir ou reduzir as consequências da obstrução mecânica por secreção e diminuir a recorrência de infecções. Diversas técnicas podem ser usadas para desobstrução brônquica, como por exemplo: flutter, drenagem postural, tapotagem, drenagem autógena e ELTGOL (Expiração Lenta Total com a Glote Aberta em Infralateral). Esta última técnica apesar de ser um recurso simples e de baixo custo apresenta poucas evidências acerca de sua eficácia. A mesma consiste na expiração lenta com a glote aberta, partindo da capacidade residual funcional (CRF) até o volume residual (VR), estando o indivíduo em decúbito lateral com o pulmão acometido na posição dependente. Tem como objetivos: avaliar os efeitos imediatos da ELTGOL no aprisionamento aéreo, pacientes bronquiectásicos. Em ensaio cruzado e randomizado, foram avaliados pacientes com bronquiectasias. Todos realizaram espirometria e pletismografia corporal, antes e depois da intervenção com ELTGOL e do controle (CRTL). O controle consistiu em período sentado confortavelmente, sem realizar manobra fisioterapêutica, por 15 minutos. A secreção expectorada durante os procedimentos foi coletada para quantificação do peso seco. Os dados foram analisados através de ANOVA de Medidas Repetidas, considerando-se o nível de significância de 5%. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNISUAM e todos os participantes assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Foram avaliados 12 pacientes com média de idade de 52,7 ±12,5 anos, VEFna hiperinsuflação pulmonar e na eliminação de secreção de = 47,7 ± 17,7%, CVF=69,1 ± 21,3% e VEF1/CVF= 69,2 ±12,2%. Não houve diferença entre os valores pré-ELTGOL e pré-controle para todas as variáveis (p>0,05). Houve maior eliminação de secreção durante ELTGOL (0,85 vs 0,32g). Os valores pós-ELTGOL foram menores do que pós-CTRL (p<0,05) para as variáveis CPT (5,01 vs 5,44 mL), CRF (3,53 vs 4,02 mL); VR (2,77 vs 3,28 mL) e VR/CPT (54,75 vs 60,17%). Em pacientes bronquiectásicos, a ELTGOL promove a eliminação de secreção pulmonar, bem como a redução do aprisonamento aéreo e da hiperinsuflação pulmonar.

Texto completo: PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Licença Creative Commons
Este trabalho está licenciado sob uma Licença Creative Commons Attribution 3.0 .

ISSN: 2317-5028

UNISUAM Publicações

www.unisuam.edu.br