DESCRIÇÃO DA PLUMAGEM DE NOTHOCRAX URUMUTUM (SPIX, 1825) EM CATIVEIRO (AVES, CARACIDAE)

Antonio Carlos Palermo Chaves

Resumo


O trabalho teve como objetivo efetuar um estudo mais abrangente sobre o desenvolvimento pós-embrionário de Nothocrax urumutum, sobretudo em seus aspectos morfológicos, visando a compreensão de diversos aspectos relativos à plumagem dos Cracidae. O trabalho foi baseado em filhotes e adultos de Nothocrax urumutum pertencentes ao plantel do Criatório Científico “Rodeo Drive”, situado na Ilha de Guaratiba, Rio de Janeiro, e registrado no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, Superintendência do Rio de Janeiro, sob o número 0447/90. Composto por dois pares, o grupo fundador terminaria por dar origem a 28 filhotes durante o período considerado, dos quais 18 foram acompanhados por um período de até 67 meses. Os seis primeiros filhotes foram incubados pelos próprios pais em ninhos pré-fabricados compostos por cestos de palha com 60 cm de diâmetro e 20 cm de profundidade, ao passo que os doze seguintes foram incubados artificialmente em chocadeiras Grumbach modelo BSS 160, a uma temperatura de 37,4oC e umidade relativa de 65%. Todos os exemplares receberam rações específicas para os Cracidae, as quais compreendem um primeiro tipo “inicial” destinado a ninhegos com até 60 dias de vida, bem como uma ração “de crescimento” para os jovens de até 125 dias e uma outra “de manutenção” para exemplares mais velhos e adultos. Após a eclosão, os jovens incubados artificialmente eram alojados por dois meses em criadeiras de madeira e tela de 90 x 60 x 30 cm, providas de lâmpadas de aquecimento de 60 watts, sendo posteriormente transferidos para dependências semelhantes às utilizadas para os adultos, que eram mantidos em viveiros de alvenaria e tela de arame de 4,0 x 2,0 x 3,6 m, desprovidos de vegetação e com o piso de areia lavada. O controle das mudas e das mudanças observadas no colorido e padrão da plumagem foi efetuado através de planilhas elaboradas para esse fim, sendo secundado para a coleta de plumas e por um registro fotográfico. Dos 18 exemplares examinados, nada menos de 13 (72,22%) apresentaram a fronte, o supercílio e a parte anterior do píleo formados por curtas plumas ocráceas (O-15-5o) de base negra, o que fez com que essas áreas adquirissem um discreto padrão moteado muito variável conforme a disposição das penas. Os resultados decorrentes do presente ensaio indicam que todas as menções de vários autores consultados a indivíduos “jovens” ou “imaturos” devem ser entendidas como referências a exemplares que ostentam uma plumagem composta, sobretudo, por penas da segunda e/ou terceira geração, as quais são muito semelhantes, embora por vezes não idênticas, às penas da quarta geração, que surgem como as verdadeiras responsáveis pela aquisição do padrão de plumagem definitivo no caso de Nothocrax urumutum. Conforme ocorre com outros Cracidae, a muda da asa e cauda de Nothocrax urumutum partiria da primeira para a décima primária, da quinta para a primeira e 12a secundária e da terceira para a primeira e sexta caudal. A criação de animais em cativeiro permite hoje uma relevância em conhecimentos sobre aspectos reprodutivos e morfológicos de espécies muitas vezes ameaçadas de extinção.


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ISSN: 2317-5028

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