EVENTOS CIENTÍFICOS, 10º Semana de Pesquisa Extensão e Pós-Graduação

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O efeito da imagética motora sobre o controle postural.
Carlos Henrique Ramos Horsczaruk, Thiago Lemos de Carvalho, Nélio Silva de Souza, Anaelli Aparecida Nogueira Campos, Claudia Domingues Vargas, Laura Alice Santos de Oliveira, Erika de Carvalho Rodrigues

Última alteração: 2013-09-04

Resumo


A imagética motora pode ser definida como um processo dinâmico durante o qual o indivíduo evoca o plano motor de um movimento sem, no entanto, executá-lo. Vários estudos demonstram que há uma equivalência temporal entre a imaginação e a execução de um movimento, e que há também uma sobreposição entre áreas cerebrais ativas nas duas situações. A imagética tem sido empregada na reabilitação com o intuito de aumentar a força muscular, modular o controle postural e melhorar o desempenho nas atividades. Anteriormente mostramos que a imaginação de um movimento envolvendo ajustes posturais complexos é capaz de aumentar a oscilação postural. O objetivo do presente estudo é verificar se existe uma relação entre as características do movimento que está sendo imaginado e as alterações subsequentes no padrão de oscilação corporal. Vinte e três voluntários participaram do experimento (idade média de 25 anos). Eles foram posicionados sobre uma plataforma de força (AccuswayPLUS, AMTI, USA) com os pés unidos. O padrão de oscilação postural foi registrado no repouso, e em seguida foram realizados 2 blocos de tarefas. O primeiro bloco incluiu a execução dos seguintes movimentos: (1) alcance frontal com a mão direita; (2) alcance lateral com a mão direita; (3) flexão plantar bilateral. No segundo bloco os voluntários deveriam realizar a imagética motora dos mesmos movimentos executados no primeiro bloco. A ordem das tarefas foi definida aleatoriamente. Durante as tarefas experimentais foram coletados o deslocamento do centro de pressão dos pés (COP), juntamente com o EMG dos músculos gastrocnêmio lateral e deltóide, ambos do lado direito do corpo. O EMG foi incluído para garantir que os voluntários não estivessem executando o movimento durante as tarefas de imagética. Ambos os sinais foram registrados por 40 s. A análise do COP foi realizada pelo cálculo do desvio padrão e velocidade média nas direções ântero-posterior e látero-lateral. A amplitude do EMG foi estimada a partir do coeficiente de variação (CV). Uma ANOVA com medidas repetidas foi utilizada para a análise estatística, com um nível de significância de 5%. Houve diferenças significativas entre as condições experimentais para todos os parâmetros posturográficos analisados, sendo essas diferenças direção-específica (ex.: imaginar alcance lateral aumentou a oscilação látero-lateral). Como esperado, não houve diferença entre o CV do EMG durante as tarefas de imagética, quando comparadas ao repouso. Os resultados do presente estudo apontam para a existência de uma especificidade do efeito da imagética motora sobre o controle postural. Esse conhecimento pode auxiliar no desenvolvimento de novas abordagens de reabilitação empregando a prática mental para pessoas com alterações do equilíbrio tanto decorrentes de lesões neurológicas como do processo fisiológico de envelhecimento.