EVENTOS CIENTÍFICOS, 10º Semana de Pesquisa Extensão e Pós-Graduação

Tamanho da fonte: 
Sinergismo articular das extremidades inferiores para o controle postural na posição ortostática não perturbada em curto e longo prazo
Leonardo Santos Vinote, Alessandro Santos Beserra, Lilian Ramiro Felício, Arthur Sá Ferreira

Última alteração: 2013-09-03

Resumo


Introdução: A postura ereta é um esquema corporal mantido com o auxílio de diversos sistemas fisiológicos que simultaneamente buscam o equilíbrio desta tarefa motora de maneira contínua e harmônica. Dentre os diversos métodos para estudar os movimentos angulares das articulações, a análise cinemática por vídeos merece destaque com os modelos bi ou tridimensionais ajustados aos dados experimentais. Estudos recentes têm mostrado a relevância do sinergismo articular das extremidades inferiores para a manutenção do equilíbrio em curto prazo (4 s) como uma forte correlação em fase (+) ou antifase (-) entre ângulos articulares, mas as características de longo prazo (>60s) desse fenômeno permanecem desconhecidas. O objetivo deste estudo é avaliar a sinergia articular de longo prazo da extremidade inferior em indivíduos saudáveis. Métodos: Sete participantes (24,1±2,8 anos, 66,3±15,7 kg, 1,70±0,13 m) permaneceram na postura ortostática não perturbada com os olhos abertos, pés juntos (14o de abertura dos pés) e braços pendentes cruzados à frente do corpo. Foram realizados três execuções de 2 minutos cada utilizando-se o programa Qualisys Track Motion e três câmeras ProReflex MCU para captação tridimensional do movimento a uma frequência de 200 Hz. Os dados da primeira repetição foram utilizados neste estudo. As coordenadas articulares foram representadas com o modelo multisegmentar tridimensional “tornozelo-joelho-tronco-centro de massa” (HAT-COM). O sinal foi processado com filtro média móvel (7 amostras centradas) e os ângulos do tornozelo, joelho e quadril calculados com o métodos vetorial em janelas de 4s (curto prazo) e 120s (longo prazo). Resultados: Valores absolutos (mediana [mínimo; máximo]) de correlação de curto prazo (moderada a forte) foram observados entre as séries temporais dos pares de articulações tornozelo-joelho (0,65 [0,52; 0,75]), tornozelo-quadril (0,64 [0,47; 0,88]) e joelho-quadril (0,69 [0,51; 0,85]). Valores similares de correlação de longo prazo foram observados para as articulações tornozelo-joelho (0,57 [0,3; 0,77]), tornozelo-quadril (0,66 [0,46; 0,88]) e joelho-quadril (0,55 [0,35; 0,80]]). Discussão: Comparados às séries de curto prazo, os valores de correlação foram menores quando calculados em longo prazo. Esses dados podem sugerir que (a) a sinergia das articulações das extremidades inferiores é mais utilizada para realização de ajustes posturais decorrentes de alterações mais rápidas da postura ou que (b) a sinergia se faz mais necessária em determinados momentos do controle postural. Conclusão: A sinergia articular da extremidade inferior calculada em longo prazo é similar à de curto prazo. Sugere-se a análise do atraso de tempo da correlação para determinação da ação antecipatória ou corretiva da estratégia sinérgica.