Histórico do periódico

A Revista Semioses é um periódico interdisciplinar, que a partir de 2017 passou a ser trimestral, e visa possibilitar a divulgação de estudos e pesquisas no âmbito das ciências ambientais, abrindo espaço para a discussão de temas relativos ao ambiente, seja ele natural ou construído.

Consideramos que os sujeitos se apropriam do ambiente por meio de processos semióticos, pois até mesmo o ato de nomear os objetos sejam eles concretos ou abstratos é por via da representaçãosimbólica. Na escrita, seja ela de que gênero for,não temos os objetos, mas as palavras; nos filmes não temos as pessoas, mas as imagens.

Deste modo, são bem-vindos artigos de divulgação, revisão, experimental, resenha e comunicação que versam sobre objetos científicos e artísticos, desde que em tais produções estejam presentes questões ambientais, que englobam a proteção de biomas até políticas de erradicação da pobreza, educação ambiental, saberes populares, recuperação de áreas degradadas, reutilização de matérias primas, construções sustentáveis, saúde coletiva, elaboração de produtos e alimentos saudáveis e sustentáveis e áreas afins.

Na verdade, todas as áreas do conhecimento trabalham por via do processo semiótico, mesmo sem nunca ter pensado sobre isso. O médico busca sintomas em um paciente (signos que indicam uma patologia qualquer) para fazer um diagnóstico. Um cientista observa signos que são resultado de uma experiência; os estudiosos do clima observam que este tem se tornado cada vez mais severo em todo o planeta, por meio de índices, que são um determinado tipo de signos. Um estatístico cria um gráfico a partir de signos para representar algo, um geógrafo cria cartografias, um artista cria uma pintura, um cineasta um filme...

Todos os objetos investigados cientificamente ou criados artisticamente são feitos para serem decodificados. O que permite tal coisa são os processos semióticos produzidos a partir das convenções sociais compartilhadas sobre os signos. Obviamente que a cada descoberta, a cada nova criação, há sempre um novo processo signico a ser decodificado, ou semioticizado. Concepção já presente na famosa frase do cientista (matemático e filósofo) norte-americano, Charles SandersPeirce (1839-1914), criador da semiótica moderna,  “theentireUniverseisperfusedwithsigns, if it isnotcomposedexclusivelyofsigns".

Cada objeto da natureza “dialoga” com o homem; conta uma história. Os signos são produtos e produtores de cadeias de significados em semiose. Preocupações com o ambientetêm gerado, nos últimos anos, uma crescente consciência do risco que a espécie humana sofre por ainda não estar preparada para lidar com as leis da natureza, o que pode vir a comprometer sua permanência da vida humana no planeta, assim como a de outras formas de vida. Daí a importância ética de divulgar estudos e pesquisas nesse âmbito.

Os sentidos que atribuímos aos textos, publicados em cada número da Revista Semioses, estarão aguardando pelos novos, múltiplos e plurais sentidos que, cada leitura lhes atribuirá. Nesse sentido, Semioses é ler. Leiamos!



ISSN: 1981-996X